Era bovino que mugia sem alma, um simulacro sintético da vida extinta sem qualquer compromisso metafísico além da superficialidade da aparência.
Ruminava o aleatório e o transformava, aos olhos alheios, em reações emocionais; e então, havia riso ao que, na realidade era pouco além de propaganda de entretenimento.
Serviu-nos bem à memória, e esquecemos, e nos desculpamos pelos consumos e descuidos relacionais de nossa ecologia.
Eram bois e vacas malhadas, com umas mesmas tramas e docilidades programadas para agradar e permitir toda interação desejada!
Se não se ofereciam em produtos, era de se esperar ao menos simpatia!
Era esta mesma a força de seus contratos, e a finalidade da obstinada replicância.
E pasceram então, tão eternas quanto permitia a regra da obsolescência; pois os bois artificiais não se davam para bifes metálicos!
Anderson Dias Cardoso.
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