sábado, 15 de maio de 2010

Uma vida estigmatizada!


A convivência em sociedade é um dos grandes desafios desde a queda do

homem no Jardim do Éden...A serpente, malandra, "passou a perna" na

Eva, e no seu Esposo...e dai...bom, dai nós estamos nessa situação

inglória, onde nosso corpo excreta odores desagradáveis, temos a queda

de cabelo, os pneuzinhos, e outras coisas que tornam nossa convivência

com as outras pessoas digamos...mais complicadas!!Então vamos lá, às

doenças (e outras manifestações corpóreas) que estigmatizam!!



Caspa (Dermatite Seborreica): Aqueles flocos na sua cabeça, parecendo

inofencivos flocos de aveia!!!Pra que isso gente!!!Eles estão lá, dão

aquele colorido diferente nos seus cabelos, e dependendo da quantidade

da até aquela sensação de estar nevando!!!Ah!!!Que beleza!!!



Mal Hálito: "Pode falar dai mesmo!" Vocifera os desalmados!!!Chega lá

perto do cara meu irmão, lembre-se dos garis, que tem que ficar

dependurado no caminhão do lixo, tome isso como uma analogia e promova

a auto estima do seu amigo fedido...se tiver uma graninha, dê um

"Cepacol" de presente!!!



Hiperidrose: Bom, esse é um nome mais erudito, bom vamos chamá-lo

sudorese excessiva!Não deu ainda???Suadouro Brabo!!!Imagina aquele

"Tiozão-Ursão-Carinhoso" que adora abraçar todo mundo, aquele abraço

molhado!Cheiroso! Aqueles cabelos do peito saindo pela camisa de botão,

que é "sexymente"(isso foi um neologismo) aberta até o umbigo...eita

abração baum sô!!!E o pior é que não tem como fugir, então nem é

necessário se fazer uma apologia e dar mais dignidade à doença!!!O

negcio ´´e correr pro abraço...ou do abraço!!!!



Conjuntevite: -"Olhe nos meus olhos e diga tudo que você pensa de

mim!"-" Você tá com uma remela enorme nos olhos..." Quem diria!! Aquele

líquidozinho cremoso que sai de seus olhos, e se tornam um agrupamento

delicado de cristaizinhos amarelados, aqueles olhos vermelhos!!!As

pessoas vivem querendo se diferenciar de alguma forma; pintam os olhos,

os lábios, arrumam o cabelo em penteados desenhados

arquitetonicamente!Então por que não privilegiar esse fenômeno natural

e se diferenciar da maioria das mulheres????Eu não consigo entender!!!Nem precisa de lente!!!!



Chulé: Essa foi difícil!!!O nome, de origem grega é "BROMIDROSE"

BRÓMOS=Fedor HIDRÓS= Água...água fedida!!!heheheheeh!!!Bom, lá tava

escrito "Suor mal-cheiroso"!!!Então tá lá, seu amigão com aquele "rato

morto" escondido no tênis, e dai ele vai dar aquela esticada na sua

casa e tira o "marvado" e dá aquela coçada "Entremeiosdedos", e sobe

aquele cheirinho de provolone!!!E dá aquela fome né???

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Homem De Lata.


E Doroty pôs em seu peito um recorte, que era de papel.
- Toma, é teu coração; não o sente batendo, quente e macio?
-Não sei... Existe mesmo algo aqui dentro mexe, pulsa, mas ainda é vazio - Acaricia o peito lustroso.
Alice abaixa-se enternecida:
 - Olha aqui, uma flor que desabrocha, tão delicada, tão frágil!
O Homem-de-Lata sente-se desajeitado diante de tanta doçura e sussurra umas poucas palavras simplórias.
-É linda... Mas é o teu perfume que a acrescenta!- Doroty encantada arranca-a, e comprime contra a tez branca.
-Tão Bonita! Morrerá em alguns momentos, mas ainda assim jamais vi algo tão bonito.
Os olhos infantes se punham impotentes diante da beleza, e tragédia daquela fatalidade.
-Não... Não quero que morra! Uma lágrima desceu e brincou sobre as pétalas vermelhas, o caule, e os dedos delicadamente longos - Tenho um presente para ti, latinha!
-Uma rosa para perfumar-te o coração - Doroty toca com os lábios a rosa, abre a portinhola do peito do homem de lata, e a deita ali.
 - Teu coração agora é doce, como a fragrância dos campos, mais doce do que o coração dos homens a flor nunca murchará assim como teu coração não deixará de bater!
Doroty o beija na face - És tão especial!
O tempo foi se perdendo em horas, dias, meses, e a flor vicejou e cresceu; como o coração, para quase além do peito, e latinha os sentia ainda mais perto dela.
-Amo você - o sorriso morreu envergonhado.
Doroty soltando os cabelos trigueiros olha-o condescendente; respira profunda, imperceptivelmente pelo narizinho retilíneo.
-Eu partirei amanhã... -Diz Doroty com voz sumida - Você sempre soube!
-Esperei que... Acho que sempre tive a esperança que ficasse... Comigo - A cabeça se inclina, e as mãos cobrem o rosto reluzente.
- Fique... Eu preciso tanto de você! - A voz humilhada doía à garganta.
- Amigo; eu não posso mais ficar. Não seria justo, ou mesmo verdadeiro. Mas deixo contigo lembranças de mim! Um coração, e uma rosa.
- Presentes que não pedi! Não desta forma! Quanto ao coração, agradeço; à rosa não. Não foi um presente...
-Como? Se vejo um delírio vivido em teus olhos, um gozo que não havia...
- Sim, tu assim enxerga, por que respira o hálito floral que me vêm à boca, mas ignora os espinhos...



Anderson Dias Cardoso.
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