Criança linda. Perfeita, tanto quanto a grande soma de
dinheiro e a imaginação do pai “coruja” pôde idealizar e bancar. Simetria, cor
e eficiência dos olhos, tônus muscular, envergadura, peso final em cada etapa
da vida, etc., tudo garimpado, modificado e realçado das cadeias de DNA
herdadas de seus antepassados.
Uma criança de alguns milhões, como se dizia na vizinhança!
Na casa ao lado, vizinho novo. Aparentemente de tão bom
gosto e com tantos fundos quanto ele mesmo. Sua criança saltou do importado
para brincar com os garotos da vizinhança. Era algo inumano, perfeito de tal
forma que bem podia ser um anjo!
Seu relacionamento com seu “investimento” nunca mais fora o
mesmo, e ele andava amuado e agressivo com todos, especialmente, o pessoal
daquela quadra.
Descobriu que o dinheiro empregado na gestação do filho fora
o mesmo; mas aquele pai não confiara em suas capacidades e gostos. Havia
terceirizado o projeto da criança à pessoas diplomadas.
Anderson Dias Cardoso.