Eis que chegava ali o famoso “Ordenhador de Nuvens”, para salvar aquela
região tão castigada pela seca. O contrato havia sido firmado; as cifras
foram pagas antecipadamente por um dia inteiro de “serviço”, e lá
estavam esperando-o fazer chover.
O sol se pôs, e nem uma gota despencou do céu.
Pediram o dinheiro do contribuinte de volta, mas ele mostrou a cláusula
que dizia que devia haver ao menos nuvens a serem ordenhadas, e aquele
céu estivera azul e límpido como nunca.
Entrou no carro alugado e foi-se, levando uma pequena fortuna.
Algumas pessoas diziam que era sempre assim. Elas, as nuvens; pareciam lhe favorecer em suas trapaças.
Anderson Dias Cardoso.