Nunca fora de dar nome a gatos, a despeito de em algum tempo de sua juventude haver possuído quase uma dúzia destes!Os chamava de qualquer coisa, e eles, reconhecendo em toda palavra um convite a um prato gordo, obedeciam, formavam procissão onde quer que eu fosse.
Mas desta vez foi diferente!Estava mais maduro, e, talvez, quisesse impressionar alguém com a tal referência a alguma personalidade!
Por que não?
O nome lhe viera óbvio: Asimov!
Soava bem, incomum, além de que ficção científica me agradava bastante!
Mas costumes são coisas traiçoeiras, com os quais às vezes nem o esforço pode!
Se bem que, confesso, não estava lá tão comprometido com a causa!
Eu quase nunca o chamei pelo nome "maneiro" ao qual lhe havia batizado. Inda mais os outros!
O gato ouviu a vida inteira:
Chimoli, Asinove, Asamove, Dudu... E cresceu meio apalermado, sem seu senso de individualidade; ao menos no que se referia ao nome que lhe havia dado!
Anderson Dias Cardoso.