À despeito desta minha indiferença, que sem perceber feriu
tantos, intencionalmente deixou morrer alguns, e me fez olhar distanciado tanta
dor que me rodeia...
À despeito desta minha má vontade, minha amargura, minha
ironia...
À despeito desta minha preguiça ocasional, meus desprezos
por convenções e minha falta de humildade...
À despeito destas minhas criticas, das quais sempre
classifico de sinceras, oportunas e construtivas, mas que me servem como palco
demonstrativo de minhas inteligências...
À despeito destas minhas mentiras, minhas meias verdade e
meu silêncio omissivo...
À despeito desta minha santidade farisaica, esse amor
fingido, esse “quase se importar” sou alma que tenta ser gente; sou esperança
da remissão de minhas maldades!
Sou verme entristecido pela inerência de minhas maldades;
que enxerga outros iguais; que não se enxergam a si mesmos...
Anderson Dias Cardoso.