Queria andar nu pela casa; mas o que fazer se não havia um
corpo?Era somente um pensamento, desgarrado de um dono distraído, e que
perambulava por aquele espaço sem saber ao certo se a ele pertencia, ou antes,
havia nele estado!Estória tão estranha quanto quando a sombra de Peter Pan
resolveu mais do que lhe imitar, e, fugida de quem a projetava, deu trabalho à
personagem, e entretenimento a quem lia!
Não que aquele pensamento o soubesse!Era apenas um retalho; e
como tal, não comportava nada além dos fragmentos do instante, e que deveria
ter se dissipado por alguma distração, ou sucedido por outro pensamento... Mas
não foi o que ocorreu!
E lá estava o tal; como um pequeno absurdo, confinado no
espaço, auto-limitado em sua personalidade instantânea, incorpóreo, e,
possivelmente, não reciclável!
Não podia se indagar, evoluir, ou se realizar!Ao menos fosse
uma idéia relevante, ao invés de alguma impressão escapada de um dia
quente!
Seria identificado algum dia por uma destas tecnologias
novas?Estudado como uma onda, energia, registro?
Etiquetado, quantificado, qualificado?
Procurar-lhe-iam o dono, e o tentaria encaixar entre seus
irmãos, construir, à partir de suas sucessões, o minuto, o dia e a vida
daquele homem?
Ele era apenas um pensamento bobo... Provavelmente o
ignorariam.
Um comentário:
Mas como todo pensamento, sobrevive às intempéries, até q se torne concreto! Ou não!
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