Tendo nascido com uma leve anomalia na região do tálamo tudo
que podia apreciar dos pratos que lhe garantiam a sobrevivência eram as formas,
cores e texturas, já que não havia sabor ou mesmo qualquer memória gustativa
que lhe referenciasse os atrativos que deviam haver em bom prato de comida.
Comia também por conveniências sociais, sempre disfarçando a
insipidez do que provava com elogios coerentes retirados de percepções,
impressões e expressões dos que o acompanhavam, procurando evitar incômodos
questionamentos à respeito de sua inaptidão em perceber as sutilezas da
culinária e tempero.
No entanto, era em sua casa que as recordações dos cuidados
da mãe faziam operar a transformação!
Dela haviam memórias impregnadas de sinestesia, e quando
fechava os olhos podia sentir a quentura do amor ocupar os espaços materiais e
emocionais do micro universo a que se resumia aquele instante!
Daí retirava do banho-maria a já gasta mamadeira cheia de
alimento processado, e, ao postá-la entre os lábios o coração emulava o que a
mente achava ser sabor, e então o homem deglutia com o mais sincero sorriso
todo aquele prazer!
Anderson Dias Cardoso.
5 comentários:
ADOREI SEU BLOG ME DEU UMA FOME.SUCESSO E PARABÉNS ABÇO
ADOREI SEU BLOG ME DEU UMA FOME.SUCESSO E PARABÉNS ABÇO
A que coisa triste nao sentir sabor. mas mae sabe realmente dar sabor a vida. Beijos e uma semana gostosa.
Oi amigo! Mais um texto interessante! De onde vem tanta inspiração pra escrever? Rsrs... Realmente, antes de degustarmos a comida com o paladar, a degustamos com a visão! Por isso, algumas vzs, dizemos q não gostamos de algumas comidas q nunca provamos, apenas ao olhar!
Ah propósito: estou fora da net pelo pc...fiz o comentário no seu texto pelo celular, mas nem sempre dá certo! Voltarei em breve! Estou fazendo reforma na minha casa e prestes a voltar, só então, voltarei a postar no blog, embora não tenha escrito nada todo este tempo! Rsrs..obg pela visita no meu Universo e pelos recados! Abraço!
Postar um comentário