Idênticos, aconchegados ao peito materno acolhidos com algumas lágrimas, e a voz monótona do médico a alerta para a urgência da situação.A equipe prepara os equipamentos, e na bandeja jaz o coração; e a mãe fita ambos tentando decidir qual deles deve viver.
-São tão iguais...-as mãos tocaram os pequenos rostos, e os delicados olhos se abriram, e o susto demonstrou a diferênça:Uma delas tinha olhos muito azuis, azuis como nunca visto!O médico a despertou novamente, agora de seu encanto, e ela sussurrou:
-Este...apertou uma ultima vez a outra criança- Perdoe-me meu filho...
Transplante realizado e coração pulsando as baterias de exames comprovaram sua cura...Comprovaram a cegueira!!!
Olhos lindos, cristalinos como fontes virgens...olhos estéreis.
A mãe se entristeceu, e se alegrou e a criança cresceu com toda a graça; criança independênte e de protagonista passa a narrador:
"-Penso no engano dos meus olhos, que me deram o direito a nascer, e salvo pela estética e "normalmente feliz" imagino se olhos que vêem tem mais direito à vida que olhos cegos, ou se é uma vida mais cômoda quem decide por nós."
Anderson Dias Cardoso.
3 comentários:
Formidável essa estória se ela não olhasse para cor dos olhos, (aparência) ela talvez escolheria o outro.Mtos fazem isso bom pra refletirmos...Você escreve mto te admiro.Sua linda esposa Michelly
Impactante texto, camarada. Parabéns! Há muito o que refletir sob tão poucas e valorosas palavras. Há braços!
Falou bem Wescley! Impactante é a palavra.
"A mãe se entristeceu, e se alegrou..." Jeito nobre esse de brincar com os sentimentos, hein?!
Mais uma vez, parabéns!
Lorranny Berto
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