Um pobre contorcionista que morava em mala própria, no setor de achados e perdidos da rodoviária de uma obscura cidade no centro do país. Favor gentilmente cedido por um velho guardador de volumes, que também fazia vezes naquela pequena repartição. Coisas de amizade, e caridade.
Acontece que o mancebo flexível, depois de regimes forçados (para não dizer privações), por conta da falta de visita dos circos itinerantes, e outros “bicos” que fazia por ali, resolveu-se por alugar um espaço na mala a outro contorcionista, ou quem quer que se encaixasse no perfil mirrado. Sentia-se meio solitário, e necessitava complementar sua renda.
O anúncio no jornal local foi uma das coisas mais tristes que já li em toda minha vida.
Anderson Dias Cardoso.
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