O ápice de sua cobiça e ganância veio ao descobrir a usura,
em valores de mercado inflados pelo desespero dos carentes.
Mesmo começando com modéstia soma, sua avareza e perspicácia
o levaram à organizar-se em grande quadrilha, que realizava desde cotações até
cobranças violentas de qualquer quantia.
A garantia de muitos era a possibilidade de alguma fratura,
ou subtração de objetos equivalentes às dívidas; e em raros casos, a vida
respondia pelo preço.
Um pobre homem foi avisado que mesmo o pouco que tomara (o
equivalente à não mais que um dia de serviço, para suprir o vácuo de três
ventres) seria recebido de volta, acrescido de suas taxas de contratação, e
juros sobre juros.
Ele prometeu honrar sua dívida; infelizmente a pobreza não o
permitiu; e a tolerância do credor o poupou até que o valor pudesse o
escravizar por toda a vida, então lhe enviou alguns dos seus para requerer o
ajuste.
A folha da conta mal acomodava a cifra, e o homem desfaleceu
ao notar que não havia dinheiro para pagar, e que, a legislação moderna proibia
a escravidão por dívida!
-Nada tenho para lhes compensar minhas despesas! Implorou o homem.
-Não se preocupe velho, pois, mesmo ao que não tem como
pagar, paga!
E feriram gravemente o pobre em seus lombos, e, do requerido
auxílio doença receberam “eternamente” seu quinhão!
Anderson Dias Cardoso.
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