Depois de construída a máquina de viagem temporal resolveu-se por visitar sua vida futura, e ao avançar quarenta anos descobriu que já não era.
Angustiou-se um pouco, mas, pela importância da descoberta viveria em documentos honrosos até bem além de qualquer possibilidade e, retornou conformado à modestos 18 anos, para então descobrir se em outro corpo!
Em toda sua estranheza o corpo era decrépito, falto de dentes e doente, e quando perguntou à sua família à respeito do acontecido responderam que foi a solução para uma doença repentina e devastadora, e a forma velha era a única disponível naquele momento de morte.
-Trocaram-me o corpo?
-Sim, pelo direito de sua Máquina do Tempo.
-Mas ainda tenho os projetos!
-Verifique que suas gavetas estão vazias, de sua própria mente, naquela existência ali foi obliterada à esta altura a idéia de que algum dia tivesse construído tal máquina!
-Fale carcaça velha!Diga-me o que sabe sobre viagens no tempo!
-Dr. Who!?O meio humano gemeu a embaraçosa resposta.
-Maldição!Imbecilizaram-me e se aproveitaram da abreviação de minha vida!
-Senhor L.?- Uma infinidade de vozes se alçou às costas do aborrecido, e os violentos uniformizados da Corporação Z de tecnologia o forçaram à entrar em seu invento, e após o deixarem no ponto onde havia iniciado foi abandonado.
Seus papéis haviam sido confiscados legalmente, e então continuou à ser ninguém... E ainda o seria no futuro...
Anderson Dias Cardoso.
2 comentários:
Hummmmm... interessante esse mini-conto. Sempre pensei em algo sobre máquinas do tempo.
Imagina o coitado do homem todo feliz indo se encontrar no futuro e descobrir que morreu! :\
Muito criativo.
Parabéns
Bom! Acho que o texto se refere mesmo ao fato de envelhecermos, mesmo que não queiramos! Quando vemos, estamos lá no futuro e não vivemos quase nada do que poderíamos viver! Quando percebemos, o tempo escorreu por entre os dedos, tentamos voltar na memória, usamos da tecnologia para rejuvenescer, mas não adianta! Embora a carcaça até permaneça por um tempo, rejuvenescida, a vida passa...morre-se de qualquer forma, não interessa os cremes, as plásticas, os silicones entre outros! O tempo é impiedoso...Não perdoa!
Abraços e obrigada pelos comentários no meu Universo!
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