Sempre gozou de boa saúde, e agora, na primeira metade de sua trigésima data resolveu-se por engravidar.
Levaram em consideração a falta de metade de suas porções; de seu olho, seio, braço, perna, e outros aparatos normalmente duplos e que naquele corpo insistiram em se desenvolverem únicos.
O útero se estendia em uma trompa solitária, porém frutífera como uma árvore de muitos pomos, e quanto ao músculo cardíaco e o pulmão; foram aprovados clinicamente para suportar uma outra ou mesmo, duas vidas.
Consultou alguns perfis de cadastros de doação para escolher possíveis características à criança e, quando lhes introduziram-lhe as sementes ao ventre já tinha a imagem perfeita do corpo pequeno que já era desde então a completude e satisfação de sua feminilidade torta.
A cria saiu-lhe esperta, e adiantou o grito à palmada e; no contar de membros de nada deram falta, mas foi quando o choro veio em dois timbres que se denunciou:
Eram dois meio corpos perfeitos, duas crianças em uma!
Anderson Dias Cardoso.
2 comentários:
Danou-se! rsrsrs... O que faltou à mãe, sobrou aos filhos! Ou ao filho de vida dúbia! Ou seria dupla?
Interessante, uma questão matemática,o que falta depois se acrescenta e vive-versa,
kkkkkkkkkkkk, meio louco até!
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