E lá estava nu, averiguando todas as mudanças corporais através de um espelho de tamanho respeitável.
Haviam lhe desaparecido todos orifícios excretores, todo pêlo do tronco, e até seus negros mamilos; tudo em curto espaço de tempo.
Sentia-se muito bem, no que dizia respeito à sua saúde, e pelo que entendera de sua nova fisiologia seu intestino tivera seu formato alterado para um processamento cíclico, seus rins haviam aumentado de tamanho, assim como fígado; e agora se especializaram em reciclar-lhe os detritos, antes, expelidos.
Todos estes processos se resolveram operar em sua andropausa, num momento solitário onde deixara de sentir necessidade de qualquer companhia além das estritamente necessárias.
Não lhe agradando muito as hipóteses darwinistas, culpou toda a comida processada que lhe havia facilitado a vida.
-Sou uma maravilhosa mutação que aproveita toda energia ingerida totalmente! Apesar de emasculado aposto que meu corpo encontrará outro caminho para a reprodução...
-Seria este o caminho para um futuro de escassez...?-
Triiiiiimmmmmmmm!Triiiiiimmmmmmm!-Soou o celular no bolso da calça pendurada, certamente intimava ferozmente para que voltasse ao batente de sua escravidão.
Vestiu a roupa, e deixou o banheiro com a convicção de que “essa raça” não era merecedora de seu dom.
Anderson Dias Cardoso.
2 comentários:
Então! rsrs....Um texto intrigante! Mai suma vez, parabéns!
Show!!!
Agora, tou curioso, cadê O Frágeis existências?
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