quinta-feira, 20 de maio de 2010
O Louco.
Certa vez comecei a pensar a respeito do mundo interior de cada um, principalmente nas dificuldades, particularmente nas doenças psicossomáticas, e transtornos mentais...Um mundo conhecido apenas às pessoas à quem estas atormentam...Um sofrimento solitário, verdadeiro, e às vezes mortal, então me veio a seguinte imagem:
O louco
Dobrei a esquina; mas os gritos me alcançaram os ouvidos a mais ou menos um quarteirão atrás; e ele estava ali, a plenos pulmões implorando ajuda; tendo suas mãos atadas às costas, em uma corrente imaginaria- Me desamarra! Pelo-amor-de-Deus! Eu sorri de sua esquisitice; todos riam; mas não me detive...tinha que trabalhar! Retomei meu percurso, e a figura do maluco foi sendo substituída pela organização da rotina do dia, que costumeiramente repassava em minha cabeça antes de chegar ao escritório.
Ás 18:30, caminho lento ao vento fresco do anoitecer; e logo à frente um aglomerado de pessoas curiosas...me aproximo, o coração acelera; o local é familiar e já ponho me a imaginar o que ocorrera. Dou mais alguns passos vejo o corpo retorcido do homem louco jaz junto ao poste; atado pela sua própria loucura! Ninguém o desamarrou! Dei as costas, enquanto enxugo os olhos...eu poderia ter salvado sua vida...!
Anderson Dias Cardoso.
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Um comentário:
O seu texto me fez refletir sobre o louco e o são que existe em cada um de nós. Assim como o bem e o mal, o belo e o feio, o amor e o ódio, essa dualidade tão presente em nós nos afasta da unidade, que acredito ser o ponto de equilíbrio. talvez por isso o mundo esteja como está.
ZZ
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