Era Ícaro no nome, tal qual o filho do construtor do
labirinto; mas este era o “meu” Ícaro, parido dum devaneio de tédio, na volta à
escola pra casa, já adulto e atribulado, lá pro ano de 1999.
Tal qual o outro, este também tinha seu próprio precipício.
Não lhe dei asas de cera, e o que me preocupava era a queda.
(Para baixo existem tantos destinos!)
Não havia lhe inventado uma motivação, ainda que o
revisitasse milhares de vezes. (É que a vida, mesmo fictícia, pouco se
explica!)
E lá estava, está, (estaria?) o pobre garoto, ansioso à
beira do salto; segurado apenas por capricho, ou falta de imaginação!
Angustiado com a situação que nunca se resolve, hoje, me
convenci lhe conceder alguns passos, e lhe adiantar a história um pouco mais.
Alguns toques nas teclas, e a pobre marionete saltou!
Ícaro se tornou um personagem eterno, inacabado e
despropositado, cuja parte mais interessante vêm de sua inconclusão.
É mais um daqueles personagens clichês, que caem para
sempre, sem, contudo chegar a algum lugar!
Anderson Dias Cardoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário