Se se preparou para aquele momento; sua mãe inda
mais!Acordou às duas da madruga para cozinhar o feijão preto, e temperar a
orelha, pé, rabo; além de ferventar a lingüiça suína caseira, comprada na mais
respeitada banca do mercado municipal.
Quando desceu do ônibus, com a marmita cheia, e o olhar
confiante; rumou para o bloco das “Engenharias” para descobrir sua sala.
Eles (os funcionários) até a indicaram com uma certa simpatia, mas cismaram com a trouxinha improvisada com um pano de prato limpo, e que segurava um garfo dos bons, que não entortava com uma espetada viril.
Eles (os funcionários) até a indicaram com uma certa simpatia, mas cismaram com a trouxinha improvisada com um pano de prato limpo, e que segurava um garfo dos bons, que não entortava com uma espetada viril.
-Deixa eu entender, moço: O povo entra com salgadinhos
industrializados, pizzas, enroladinhos, e tudo mais; mas eu não sou “civilizado”
porque trago a marmita de mãinha?
A discussão foi vencida pelo mancebo, com muito bom
argumento. Na “pausa” para sua “merenda”, lá estava o garoto franzino, todo orgulhoso
de sua fartura; enquanto todo o pessoal cochichava ao seu respeito, à despeito
dos olhares indignados dos examinadores.
O delicioso cheiro inundava a sala; e a boca lambuzada
sorria despeitada!
Não importava a nota!Aquela estava sendo uma manhã
inesquecível!
Anderson Dias Cardoso.
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