terça-feira, 30 de novembro de 2010

Filho do Mercado.

Vende-se uma vida; sem vínculos, sem afetos, mercadoria estocada na prateleira do
 ventre.
Vende-se caro o que não tem preço; (e quem disse que o amor não se compra?)
Produto sem prazo de validade; ovo surpresa, sem direito a devolução;
Vende-se o choro noturno, as dores de ouvido, as confusões da adolescência;
Vende-se a graduação, os preparativos do casório, talvez  a dor da morte;
Num comércio que ata vidas, constrói álbuns de fotos e torce o futuro.
Uma mãe enche os bolsos, a outra o coração, numa troca de absurdos;
A realidade constrange, a sociedade comenta, e essa prole caminha com seus dois valores, tranqüila;
Um valor de mercado,um valor de afetos!!!

Anderson Dias Cardoso. 

2 comentários:

Mousahrt disse...

Tristeza em barganha de infinitos valores dado a ausência real do valor humano. Muito reflexivo e tocante.

Gostaria da sua permissão pra postá-la no meu perfil junto com a sua referência.

raylsonbruno disse...

Eu compro. É começo de mês e o consumo é quem me controla... :(

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