domingo, 5 de maio de 2013

Paz Na Guerra.


Comunicações deficientes e a guerra já havia se diluído em uns poucos conflitos esparsos,em sua maioria de conteúdo étnico e de dimensões familiares.
Dois soldados restantes, de exércitos distintos, se encontravam no vazio da paisagem urbana arrasada pelas intervenções aéreas das forças do eixo.
Apontavam suas armas, mas sem qualquer vigor ou agressividade pertinentes à esse tipo de ambiente.
Se entreolharam por longos minutos, até que o primeiro baixou sua arma!
O segundo o imitou, e deixou a faca e toda aparelhagem bélica que lhe fora ofertada para seu exercício de guerra!
O primeiro foi ainda um pouco mais além, e despiu a farda em sinal de rendição; mas o ato pareceu ser lascívia
Então um caminhou ao outro buscando o beijo!
Os lábios se dilataram, se tocaram e se envolveram,  mas logo os maxilares os chamaram de volta, contraindo-se ao ponto de romper os molares e suas cápsulas de cianureto.
Cuspiram-as, um à boca de outro, para o envenenamento do adversário!
Aquilo fora astúcia e ódio, e desejo fingido!



Anderson Dias Cardoso.

3 comentários:

Anônimo disse...

Intrigante e belo, como gosto.Penso que não há paz na guerra.

Beijo.

Masturbação Mental disse...

Como você mesmo disse, trapaceamos tão bem quanto o diabo. Paz na Guerra é difícil, inda mais pela confiança traiçoeira do outro. Perfeito!
Sempre que volto aqui, tenho certeza de que sou seu fã, cada vez mais, mais...

Como de costume, deixo minhas palmas, e sinceros agradecimentos, você me ajudou a crescer. E um... Até mais ler...
Abrass!

Célia disse...

Massa! Como sempre, um texto que deixa mais do que o que está escrito!

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