quinta-feira, 17 de maio de 2012

Linguagens Incompreendidas


Escrevia; não como os outros, mas com significados atrelados à imagens e números.
Eram representações singulares de uma memória eidética, sem repetições de símbolos e significados; poesia que nunca pudera ser transcrita!
Era a complexidade autista, uma forma descritiva de maravilhas e interpretações de suas metafísicas pessoais, limitadas às suas dificuldades, e à despeito das tentativas, nunca extrapolada para além de suas fronteiras...
E então ele cantava, e muito; passeando pelas harmonias e dissonâncias interiores.
Mas quem ouviu sua voz?
Quem pôde decifrar os dizeres que expandiam para além dos símbolos?
Guardaram-lhe alguns rabiscos, não sabendo seus tesouros e lhe sorriam sempre pela pouca expressão de tais infantis garatujas, porém, o que dizia este louco, estava para além de suas sensibilidades!

Anderson Dias Cardoso.

Um comentário:

Célia disse...

Me vejo retratada no texto! Pelo simples fato de escrever coisas que muitas vzs não fazem sentido,mas que são gritos que saem do âmago, em busca de ouvidos que os entendam!

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